A aprovação de um projeto com Inteligência Artificial pode transformar os resultados de uma empresa — ou gerar prejuízos silenciosos se for mal conduzido. Para CEOs e executivos de alto nível, o desafio não está na tecnologia em si, mas na clareza estratégica: entender o valor, os riscos e o impacto real da IA no negócio. Antes de dizer “sim” a qualquer iniciativa que envolva IA, é fundamental fazer as perguntas certas. Isso evita apostas caras em soluções que encantam na teoria, mas falham na prática.
A base de um bom projeto com Inteligência Artificial: problema de negócio claro
Não é sobre “ter IA”, e sim sobre resolver um problema crítico. A primeira análise que o CEO precisa liderar é: qual problema de negócio estamos resolvendo com esse projeto de IA?
Muitas propostas vêm recheadas de termos técnicos — machine learning, deep learning, NLP, automação inteligente. Tudo isso é irrelevante se não estiver conectado a um objetivo estratégico real, como:
- Reduzir churn de clientes;
- Aumentar a margem por operação;
- Diminuir custos com processos repetitivos;
- Melhorar a previsibilidade de demanda;
- Identificar riscos com antecedência.
Sem um problema concreto e mensurável, a IA vira apenas uma promessa cara — e com pouco retorno.
Dados e infraestrutura: o alicerce invisível do sucesso
Uma das maiores armadilhas em um projeto com Inteligência Artificial é subestimar a importância dos dados. Sem dados estruturados, limpos e em volume suficiente, o projeto não decola — e a culpa recai sobre a IA, quando o problema é outro.
O CEO precisa garantir que a empresa tenha:
- Governança de dados sólida;
- Integração entre sistemas (mesmo que legados);
- Equipes alinhadas quanto à qualidade e ao acesso aos dados.
A decisão de aprovar um projeto deve considerar quanto será necessário investir antes que a IA entregue valor real.
Custo, retorno e maturidade digital: o trio decisivo
Nem todo projeto com IA é para agora. Antes da aprovação, é preciso avaliar:
- O custo total (e não apenas o orçamento inicial);
- O retorno estimado com indicadores objetivos;
- A maturidade digital da empresa, que define a capacidade de absorver inovação.
Projetos disruptivos exigem mudança cultural, tempo de adaptação e, muitas vezes, uma nova lógica de operação. A liderança precisa estar preparada — não apenas a equipe técnica.
O papel do CEO: visão estratégica, não técnica
O CEO não precisa entender de algoritmos, mas deve dominar a visão estratégica por trás do projeto. Isso inclui:
- Garantir que a iniciativa esteja alinhada aos objetivos da organização;
- Patrocinar a transformação cultural necessária para que a IA seja bem recebida;
- Monitorar os resultados com foco em valor gerado, não apenas na tecnologia entregue.
A IA não substitui liderança — ela amplifica boas decisões… e também os erros.
Conclusão: aprovar com consciência estratégica é o novo diferencial
A decisão de aprovar um projeto com Inteligência Artificial não pode ser guiada apenas por tendências ou pressões por inovação. É uma escolha estratégica, que exige visão de longo prazo, domínio dos fundamentos do negócio e uma liderança preparada para conduzir a transformação.
Empresas que tratam a IA como alavanca de valor — e não como tecnologia de moda — saem na frente. E isso começa no topo.
A pergunta não é mais “vamos usar IA?”, mas “como vamos garantir que ela gere valor real para o nosso negócio?”. CEOs que lideram com essa mentalidade posicionam suas empresas para crescer com inteligência, eficiência e vantagem competitiva sustentável.